segunda-feira, 16 de maio de 2016

KOWALSKY: música => MACACÃO

Hoje é meu aniversário. Um dos muitos. Gosto de comemorar a vida - a minha, inclusive - ,.... Viver é ou deveria ser tudo de bom para todo mundo.... Um dia chegaremos lá!!!
Aos meus amigos que me conhecem como quem gosta de escrever, rascunhar e escrevo muito ... Num mundo onde leitores de verdade são raros,... Agora vão começar a me ouvir cantar as músicas que escrevi (em autoria e parcerias) ....
Escrevo músicas, desde criança... Na adolescência toquei, compus, cantei.... Daqui para frente quero cantar mais e, com sorte, vocês me ouvirem.
Segue a primeira. Tinha 14 anos quando compus!!!

Macacão. Filmagem da Thais Lima
SÁBADO PASSADO. Dia 14 de maio apresentei a Música autoral = Macacão no 4° SARAU DE TÉCNICA VOCAL - Professora Cíntia Rodrigues. (Escola onde estudo).

(link You Tube)


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FOTOS KOWALSKY E PARCERIAS

 Em Minas Gerais. Meu primeiro ano.  
Aos 10 anos. 
De cabelo laranja em Porto Alegre. 
Na Felizardo Furtad. Petrópolis. Porto Alegre.  Em Frente ao Campo Araribóia. Onde vivi minha adolescência, Grandes lembranças. 
Primeira gravação do Macacão - Estúdio Nazari.  
 
Com parceiros  desde a adolescência em Porto Alegre.
Nando - Fernando Machado. Parceiro de composição
 e Janjão - Músico - Jorge Foques.  
Ensaios com os Nômades de Pedra.


Meu primeiro trabalho está sendo gravado no Estúdio SOMA - PORTO ALEGRE




Juliano Maffessoni. Estúdio SOMA.  Grande Parceria 

  

 Fábio Pedroso. Batera. Gravou 3 músicas. Grande parceria. 

 Bruno Giordano. Batera. Gravou 2 músicas. Grande parceria. 
Cíntia Rodrigues Grande parceira,

minha professora de Técnica Vocal. Coordenou e orientou a cantoria (técnicas vociais).  Mandou ver!!!



Vinícius Silveira - Vini. Guita e Baixo em 5 músicas. Valeu parceiro


Backing - Cíntia Rodrigues e minhas colegas de técnica vocal Marcela Machado, Nahomara Gaspar, Ellen Viega,  


Sopros (Jaderson Crescêncio e seus Brothers).

Cíntia Rodrigues professora de técnica vocal e minhas colegas de técnica vocal Marcela Machado, Nahomara Gaspar, Ellen Viega e Júlio Correa 

A TODOS OS PARCEIROS E PARCEIRAS
MUITO OBRIGADO....
VALEU!


 

 

sábado, 7 de maio de 2016

Presos numa rede dentro do vento: Dialogando com Neruda!*

Presos numa rede dentro do vento: Dialogando com Neruda!*
Gilson Lima



Incrível a nossa capacidade criativa. Inventamos uma rede mundial para navegarmos entre portos digitais, ora aqui, ora acolá.
Após um dia exaustivo de navegação, me pergunto: Nenhum beijo, nem um queijo?
Olho para trás em tempo real e observo minha navegação realizada num oceano de bits e pixels mutantes. Nesse momento, apagam-se todas as imagens e sons digitais, e apenas sinto o barulho de minha mão humana a manusear este teclado lógico.
À minha mente, vem de imediato uma imagem de um mar, deserto; onde também estou sozinho numa praia imensa a olhar seus movimentos e a ouvir suas mensagens entre as ondas, que se batem umas às outras.
Nas profundezas desse mar de velozes ondas no qual vagueio, existe vida?
Pablo Neruda uma vez nos perguntou[i]:
– O que uma lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados? Por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Tempo, sempre o tempo. Apenas o oceano sabe. Aqui, envolto na velocidade da superfície saltitante entre elos de ondas digitais jamais poderei saber.
Para saber, terei que ir em direção ao oceano e ficar a escutá-lo? Escutá-lo? Diriam os cépticos. Sim, escutá-lo, pois, se até o silêncio fala, imaginem o que podemos ouvir do oceano.
Cá estou eu de novo, na minha imagem, agora sentado numa pedra a ouvir o oceano. Através do barulho de suas ondas, sinto-me perguntar:
– O que esperas? Esperas pelo tempo?
– Não! – respondo imediatamente. – Quero saber a quem as algas apertam em seu abraço.
De novo, um silêncio gritante de ondas que se batem. Nada, nenhuma resposta, nada.
Pergunto mais uma vez, agora sobre as plumas do rei-pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul. E nada; de novo, apenas de novo o silêncio ensurdecedor das ondas que batem. Nada de novo.
Nada me restando a fazer, retiro um livro de poesia do bolso. É Neruda de novo, abro, e lá está escrito algo sobre o que o oceano sabe. Eis que poderei então saber o que o oceano sabe, eis que posso findar o meu choro e meu lamento.
Pacientemente, viro a folha e lá está:
– A vida, meu caro, em seus estojos de jóias, é como a areia incontável, pura; e o tempo, entre uvas cor de sangue, tornou a pedra lisa, encheu a água-viva de luz, desfez o nó de fios musicais de uma teia infinita de madrepérola.
É isto? Mas quem sou eu? Pergunto-me. Sou uma unidade de carbono presa numa rede de silício poluída de nós vazios diante dos olhos? Estamos diante da escuridão, habituados à longitude que apenas pelos meus dedos torna-me um habitante planetário de um imenso mar de ondas eletromagnéticas devidamente represadas num pequeno tubo catódico?
Volto a Neruda e leio:
– Caminho como tu – amigo –, investigando as estrelas sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu.
Então por que só surfar? Penso. Por que apenas deslizar sobre a superfície rasa das ondas? Por que não dar um mergulho nas profundezas? Por que não mergulhar onde as lagostas tecem seus pés dourados?
Tempo, de novo sempre o tempo. Queremos o tempo real, mas o novo tempo dominante quer apenas habitar ondas na velocidade da luz.
É isto, a velocidade passou a ser minha própria morada, meu espaço existencial.
Olho de novo para trás do oceano de ondas digitais por onde naveguei e sinto-me como Neruda, também nu.
Volto a Neruda e por fim leio:
– Amigo, este é o meu lamento, o lamento de uma esperança que finda.
Buscamos investigar nossa estrela infinita e, quando nos damos conta, somos um peixe preso dentro do vento.
É isto! Só posso ser um peixe dentro do vento. Somos agora nada mais do que um peixe preso numa rede dentro do vento.





*Fragmento de um texto publicado originalmente no livro Nômades de Pedra: teoria da sociedade simbiogênica contada em prosas, Porto Alegre, 2005, p. 217-230.




[i] Ver: Livro das Perguntas de Pablo Neruda, Porto Alegre: L&PM, 2004.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O BRASIL SOFRE UMA REVOLUÇÃO CULTURAL E A POLÍTICA É APENAS SUA FACE MAIS VISÍVEL!

Com o grau de conectividade social que conquistamos nesse país – principalmente - nos últimos dois anos onde vivemos uma proliferação intensa máquinas de Turing de bolso, de smart phones e da rede pública de Wi-fi gratuitos, numa estrada da rede integrada, a rede midiática convencional se alarga em loops.


GILSON LIMA
"O que em mim sente está pensando" (Fernando Pessoa)
Dr. Pesquisador. Professor Universitário. Inventor. Músico.
Porto Alegre. BLOG http://glolima.blogspot.com

Nós velhos sedentários da velha infovia, caminhamos agora em conjunto com novos nômades, conectados também, em MOVIMENTO, RAPIDEZ E MULTIPLICIDADE de telas em interação com o mundo onde acontecemos.

Vivemos hoje uma espécie de instantaneidade “hipnótica”, chupada inteiramente pelas interações e simbioses com as máquinas de processamento lógico com TVs, vídeos, rádios, computadores andando em múltiplas infovias óticas, constituindo um trânsito intenso de imagens, sons e textos na velocidade da luz, durante 24 horas por dia, compondo uma espécie de telecomando universal ondulatório, que vai interagindo com físicos sistemas estáticos e, de baixa interatividade, da modernidade simples.
Vivíamos – antes -, na lentidão de um trem elétrico encapsulado em desk-tops: aquelas máquinas com teclado, vídeo catódico e torres pesadas e pintadas em cores de ovo ou gelo. Um padrão fordista de Pc-IBM de máquinas Turing. Éramos sedentários na rede. Claro que, na época, tratava-se de uma evolução democrática incrível, mas essas máquinas eram colocadas numa mesa e blindadas ali. Nós também. Estávamos condenados, a ficar parados. Nossos sistemas de pensamento eram estáticos. É verdade que tínhamos muito mais conversas entre nós, além dos chats e grupos de discussões nas redes que criávamos.
Éramos uma geração sedentária nas redes sociais com sistemas sedentários e que agora está se integrando e andando na rede com os novos nômades simbióticos, multifacetados, ágeis, rápidos, múltiplos, abertos, mas despolitizados, despreparados para a lenta e trabalhosa erudição, para a sabedoria e tolerância da lentidão do mergulho na profundidade do acontecimento de vivermos em sociedade. Eles estão aprendendo a fazer política na rede. Nós aprendemos nas ruas. Eles aprendem rápido. Inclusive, os caminhos que não devem seguir.
Emerge um Brasil com uma sociedade meio nômade, meio sedentária, mas intensamente conectada. As implicações no nosso mundo da vida é vertiginoso. Uma imensa rede de expansão de nossos estados de mentitude se conectam em redes e de modo cada vez mais intenso tanto local, como global e como cada vez mais complexo.
O Brasil está se olhando na rede. Olhamos para o espelho (on-line) e não gostamos do que vemos. Nós mesmos!
Vemos e sentimos espasmos caóticos improdutivos e destrutivos; horror e irrupção da violência; velhos fundamentalismos; velhos e novos dogmatismos, intolerâncias étnicas; emergência de máfias por toda parte, onde o velho estado deixou de existir e intervir e novas guerras santas e profanas descortinam-se em cenários que ninguém jamais vira a nu.
Assim, após o otimismo expansionista e determinista das conquistas e a confiança no progresso tecnológico atingimos nosso ponto mais alto e caímos como que num repente inesperado, num mergulho interminável no vácuo, como num loop de acrobacia aérea, que oscila entre picos rápidos de elevação e quedas de pressão, conhecida como forças gravitacionais (as forças G).
As forças G são as forças gravitacionais mensuradas e calculadas pela resistência à pressão e à velocidade – principalmente - nos corpos humanos. As forças G podem ser positivas ou negativas. As positivas (muito próxima de quatro G+) atuam nas lombadas, nas partes baixas dos trajetos e nas voltas verticais das montanhas russas; e as G negativas atuam nas descidas onde todos os nossos órgãos do corpo se sentem como se estivessem de cabeça para baixo e sem peso.
Há quatro G+ o nosso peso fica quatro vezes maior do que o seu peso normal, geralmente, é o limite utilizado pelos engenheiros que constroem as montanhas russas. O corpo humano reage mal à força G. Acerca de seis G+ maiorias das pessoas começam a ter sangramentos no nariz; a cerca de dez G+ maiorias das pessoas desmaiam e a quatorze G+, provavelmente morrem. No entanto, existem pessoas viciadas em forças G+ e G-. Muitas acrobacias aéreas realizadas em aviões chegam a produzir alguns movimentos de até dez G+ e é necessário para sua execução - por parte do piloto - todo um cuidado para não desmaiar. O mesmo ocorre quando um desses aviões fazem movimentos de descida vertical, com forças G- que podem causar ao corpo humano muita dor e que exige também muita preparação e resistência para suportá-las.
As aceleradas mudanças tecnológicas do loop, embora causem vários desequilíbrios nas sociedades mais desenvolvidas que as encabeçam, também canalizam para elas os maiores benefícios. As demais sociedades são arrastadas de roldão nessa torrente, ao custo da desestabilização de suas estruturas e instituições, da exploração predatória de seus recursos naturais e do aprofundamento drástico de suas já graves desigualdades e injustiças.
Ainda bem que no Brasil estamos querendo alterar nossa imagem espelhar. Uma revolução cultural nos fura filas, mal educados, individualistas, nas ideias intolerantes fora de lugar, no mercenarismo provinciano. A política está em pleno processo de aculturações múltiplas de ser e fazer. A dimensão mercenária está perdendo seu combustível. Estamos nos dando conta de que enquanto acreditamos em modelos falidos de pena prisional, tratamos presos como ratos, assim como bem tratamos e polimos nossas crenças dogmáticas e nossas certezas rasteiras. Despejamos doentes em fila de espera, levamos soldados de proteção, deseducamos nossas crianças abandonadas em galpões precários, consideramos nossos velhos como custo de orçamento, levamos nosso Estado para gastar em uma guerra estúpida, mas lucrativa para os fabricantes de armas e tantas coisas de reinos e sociedades primitivas.
Nunca o mundo foi tão rico e nunca foi tão desigual. Esse país tem a oitava economia do mundo e não tem sequer uma classe média, tamanha a energia egocêntrica dos predadores de cima, e seus amigos especuladores globais, que vivem visitando nosso Cassino, sem muito interesse de fortalecer laços produtivos de longo agora.
Progresso tecnológico não indica evolução cultural, moral, muito menos, sabedoria múltipla, complexa e livre. Precisamos primeiro romper com as nossas entranhas de predadores e não agirmos como se ainda estivéssemos na caverna só que agora com nossos brinquedinhos eletrônicos.
Pensar de modo complexo, como rede em simbioses complexas em telas e corpos cada vez mais conectados, não é tarefa fácil. Facilitar sim. Mesmo que tenha que repetir velhas receitas e tenha que desmentir minha análise cinco minutos depois.


Viva o Brasil. Estamos começando a bocejar. Isso já é um grande motivo para comemorar. Estamos acordando e melhor, estamos mantendo padrões de base: democracia, fortalecendo INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DO PAÍS, um espírito de comunidade com intensa singularidade e individuação, contra o velho individualismo ou coletivismos autoritários e intolerantes.